domingo, 4 de maio de 2025

 




TERCEIRO DOMINGO DA PÁSCOA


                                                                                     Texto bíblico: Jo 21, 1 – 14 

                                                                                           Dom Samuel Dantas  

                                                                                                   Data: 4 de maio.

 

Pedro foi o único apóstolo, cujo nome foi mudado pelo próprio Cristo, o qual  lhe disse, segundo o relato do evangelista João: “Tu és Simão, filho de João. Serás chamado Cefas, que quer dizer Pedro” Tais palavras indicavam que ele deveria ocupar um lugar especial na Igreja e na condução do povo de Deus.

Antes da Ressurreição, Jesus disse a Pedro após sua profissão de fé: “E eu te declaro que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Eu te darei as chaves do reino dos céus...” e o mais que segue.

Pedro foi tornado rocha por expressa vontade de Cristo e foi sobre esta pedra que o Senhor edificou a sua igreja, coluna e sustentáculo da verdade. Grande é, pois, a dignidade que o Deus feito homem concedeu ao primeiro dos apóstolos, cujo nome aliás e não sem uma especial razão, abre as listas dos nomes dos doze escolhidos que encontramos nas narrativas evangélicas.

Neste domingo, João nos diz que Jesus confiou aquele a quem constituíra rocha de sua Igreja, que deveria permanecer até o fim dos tempos, a guarda dos seus cordeiros, isto é, do seu povo, que ele comprara e resgatara pelo sangue derramado no altar da cruz. E a quem devia o supremo pastor confiar a guarda do seu rebanho senão aquele que em Cesaréia de Filipe confessara solenemente ser ele o filho do Deus vivo e que em seguida ouvira do Cristo que sobre ele seria edificada a Igreja?

Lucas nos diz que Cristo orou por Pedro para que sua fé não desfalecesse, incumbindo-o de confirmar os seus irmãos. Foi Pedro quem presidiu a eleição de Matias para o lugar de Judas e foi a ele que Paulo se dirigiu depois de sua conversão a fé. Os Evangelhos o apresentam como detentor de um poder único e de uma posição privilegiada no colégio apostólico, assim como os Atos e vários testemunhos da Tradição da Igreja.

Os papas, como seus legítimos sucessores à frente da Igreja, exerceram por divina disposição o mesmo ofício que a Pedro, foi confiado por Cristo, qual seja, o de apascentar o povo de Deus com a reta doutrina. O que hoje lemos ter sido dito por Cristo a Pedro vale para cada um dos que o sucederam no governo da Igreja universal. Visto, pois, que a Igreja deveria permanecer até a consumação dos séculos como luz das nações para levar a salvação até os confins do mundo, convinha que Pedro, o primeiro dos apóstolos, tivesse sucessores que governassem a Igreja na sucessão dos tempos e tais sucessores são os papas.

O apóstolo Paulo, companheiro de apostolado de Pedro disse aos pastores de sua época e aos futuros:  “Apascentai a Igreja de Deus que ele adquiriu para si” (Atos 20, 28), e Pedro, a quem Cristo quis confiar mediante solene investidura o ofício de apascentar todo o seu rebanho, escreveu: “apascentai o rebanho de Deus que vos é confiado, velando por ele...” (1 Pd, 4, 2)

É Deus, porém,  que apascenta seu povo através dos pastores humanos, de acordo com aquela palavra do Salmo: “Ó pastor de Israel prestai ouvidos, vós que a Jacó apascentais qual um rebanho.” (Salmo 79, 1 – 2) A igreja é o novo Israel e Cristo é o pastor supremo que a apascenta.


Postado por Tereza Neuma Macedo Marques

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