TERCEIRO DOMINGO DA PÁSCOA
Texto bíblico: Jo 21, 1 – 14
Dom Samuel Dantas
Data: 4 de maio.
Pedro
foi o único apóstolo, cujo nome foi mudado pelo próprio Cristo, o qual lhe disse, segundo o relato do evangelista
João: “Tu és Simão, filho de João. Serás chamado Cefas, que quer dizer Pedro”
Tais palavras indicavam que ele deveria ocupar um lugar especial na Igreja e na
condução do povo de Deus.
Antes
da Ressurreição, Jesus disse a Pedro após sua profissão de fé: “E eu te declaro
que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Eu te darei as
chaves do reino dos céus...” e o mais que segue.
Pedro
foi tornado rocha por expressa vontade de Cristo e foi sobre esta pedra que o
Senhor edificou a sua igreja, coluna e sustentáculo da verdade. Grande é, pois,
a dignidade que o Deus feito homem concedeu ao primeiro dos apóstolos, cujo
nome aliás e não sem uma especial razão, abre as listas dos nomes dos doze
escolhidos que encontramos nas narrativas evangélicas.
Neste
domingo, João nos diz que Jesus confiou aquele a quem constituíra rocha de sua
Igreja, que deveria permanecer até o fim dos tempos, a guarda dos seus
cordeiros, isto é, do seu povo, que ele comprara e resgatara pelo sangue
derramado no altar da cruz. E a quem devia o supremo pastor confiar a guarda do
seu rebanho senão aquele que em Cesaréia de Filipe confessara solenemente ser
ele o filho do Deus vivo e que em seguida ouvira do Cristo que sobre ele seria
edificada a Igreja?
Lucas
nos diz que Cristo orou por Pedro para que sua fé não desfalecesse,
incumbindo-o de confirmar os seus irmãos. Foi Pedro quem presidiu a eleição de
Matias para o lugar de Judas e foi a ele que Paulo se dirigiu depois de sua
conversão a fé. Os Evangelhos o apresentam como detentor de um poder único e de
uma posição privilegiada no colégio apostólico, assim como os Atos e vários
testemunhos da Tradição da Igreja.
Os
papas, como seus legítimos sucessores à frente da Igreja, exerceram por divina
disposição o mesmo ofício que a Pedro, foi confiado por Cristo, qual seja, o de
apascentar o povo de Deus com a reta doutrina. O que hoje lemos ter sido dito
por Cristo a Pedro vale para cada um dos que o sucederam no governo da Igreja
universal. Visto, pois, que a Igreja deveria permanecer até a consumação dos
séculos como luz das nações para levar a salvação até os confins do mundo,
convinha que Pedro, o primeiro dos apóstolos, tivesse sucessores que
governassem a Igreja na sucessão dos tempos e tais sucessores são os papas.
O
apóstolo Paulo, companheiro de apostolado de Pedro disse aos pastores de sua
época e aos futuros: “Apascentai a
Igreja de Deus que ele adquiriu para si” (Atos 20, 28), e Pedro, a quem Cristo quis
confiar mediante solene investidura o ofício de apascentar todo o seu rebanho,
escreveu: “apascentai o rebanho de Deus que vos é confiado, velando por ele...”
(1 Pd, 4, 2)
É
Deus, porém, que apascenta seu povo
através dos pastores humanos, de acordo com aquela palavra do Salmo: “Ó pastor
de Israel prestai ouvidos, vós que a Jacó apascentais qual um rebanho.” (Salmo
79, 1 – 2) A igreja é o novo Israel e Cristo é o pastor supremo que a
apascenta.
Postado por Tereza Neuma Macedo Marques
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